domingo, 20 de março de 2011

Intimidade forçada

É interessante quando a intimidade que muitos evitam ter com seus vizinhos, acontece no pouco espaço entre as pernas de um e de outro desconhecido, dentro de uma caixa ambulante a qual estamos sujeitos para o transporte rápido de nossos corpos pelas ruas da cidade.
Na verdade a ironia encontra-se no esforço da nossa individualidade, a qual tenta exaustivamente tornar-se distante dos gostos comuns, do bom dia do forrozeiro na esquina, do sorriso da funkeira vizinha, de um aperto de mão desconhecido, quando de um jeito ou de outro, todas essas peculiaridades serão forçadas a se encontrarem, se encostarem e suarem juntas dentro de um espaço limitado para tanto ego.
Mais fácil seria se desde sempre estivéssemos acostumados com o contato e com o compartilhamento de pequenas gentilezas, interesses e gostos. Assim, dentro de uma dessas situações o incômodo talvez não fosse tão fatal.

7 comentários:

  1. eita, já tinha esquecido como é andar de ônibus. rs

    ResponderExcluir
  2. Se todos nós estivessemos preparados para nos abrir para o mundo, tudo seria mais difícil ou mais fácil? Gostei muito desta sua concepção.
    Fez-me lembrar da música "Rodo cotidiano" do Rappa.

    ResponderExcluir
  3. Sasha você tem razão, seria bom se já estivéssemos acostumados a contratos, conhecidos ou alheios, pois existem horas que não tem como fugir deles.

    Mas do jeito que o mundo anda complicado, noto as pessoas afastarem-se cada vez mais :( pena isso, pois perdemos e certa forma a oportunidade de conhecer novos pensamentos, massssss "assim caminha a humanidade..."

    Abraços e ótimo dia pra ti

    ResponderExcluir
  4. não seria fatal. seria sem graça - rs

    bj

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Obrigada pela espontânea visita ao meu blog.
    E pelo comentário sincero.
    Hoje em dia poucas pessoas dizem o que pensam de fato, e fiquei feliz por ter gostado.
    Gostei muito do texto. Por um minuto pensei que era só eu que evitava aproximações e gentilezas.
    Mas confesso que as vezes me esforço pra ser mais aberta e mais receptiva. Afinal, cara feia de graça é um mal desnecessário.
    =*

    ResponderExcluir