quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Na luz.

-Tia, onde fica o museu de língua portuguesa?
-Na luz.


(eu vi uma certa poesia nisso).

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal. hohoho.

Em meio a um milhão de distrações materialistas, desejos consumistas e diversas outras futilidades, talvez ainda escape um sentimento mais nobre, algo realmente humano que pulsa pela tristeza e pelas alegrias passadas. Esse sentimento, deve se esconder por baixo da pele, dos músculos e da carne, e quando despidos de toda essa cobetura, somos nus, somos alma, somos tudo o que devemos mostrar em datas sentimentais como essa: sentimento cru, humano, pulsante, verdadeiro.

Feliz Natal a todos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tão igual


eu sou tão igual
tal qual um dia alguém normal me disse:
em nada te diferencias das insanidades de outros e da mesmice de todos.
Eu sou tão normal
Cadê a tal da loucura que aviva?
Pois de branda eu já tenho a vida
Preciso, pois, de um veneno que atiça.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

todos Amor.

Observando os transeuntes, vejo amor sendo sujeito que anda nas ruas limpas, e nas sujas também. Vejo amor vendendo frutas, e as comprando igualmente. Vejo amor vendendo drogas, vejo amor delirando com as mesmas, vejo amor roubando e vejo amor sendo assaltado. Vejo amor ferindo e amor ferido. Vejo amor se levantando, vejo amor se deitando. Vejo amor dobrando a esquina, passando o sinal vermelho, correndo até a escola pra buscar seu outro amor. Vejo amor parando no motel, vejo amor seguindo para o bar, vejo amor querendo viver e querendo se matar.

Pois afinal amor não se mente nem mesmo quando a situação se diz incoerente ao sentimento ou a pureza que se pensa ser amor. Amor é todo mundo que quando chega em casa, sente. Amor é todo mundo que um dia já sorriu para outro alguém, ou somente para o céu, ou para a vida por inteiro. Amor não é tão complexo quanto pensamos, amor é tudo, até o que é mal é amor ou já foi amor de alguma forma. Todos amamos, todos temos a capacidade de amar. Mas o que diferencia é a capa, a máscara, a fantasia que vestimos pra encarar uma vida dura, de cimento, de cinza e de vazio.

Ah, eu queria que todos se despissem, sem pudor. E seríamos assim, todos Amor.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Amor sem doer.

 Eu lembro que uma vez eu amei alguém. E digo que foi amor, pois foi amor sim, sem medo. E talvez essa seja a única vez que eu não sinta receio de fazer tal afirmativa, pois o envolvimento com este alguém foi tão leve, que não teve tempo de me chatear, de me fazer duvidar, de me sentir obcecada ou de me sentir cansada. Foi tudo como deveria ter sido. Ao vê-lo passar, meu coração batia mais forte, eu sorria sem maiores motivos, o meu dia inteiro melhorava. Também não havia esperanças.  Havia apenas a certeza de que aquilo, naquele momento, era real. Eu sabia também que podia passar, e se passasse não ia me machucar. Esse amor foi um exemplo, de tão bem amado que foi. Foi o único amor que eu tive, pelo qual eu não chorei, nem me desgastei. Ele passava por mim e talvez nem soubesse o meu nome. Mas com o tempo creio que conquistei certa simpatia dele. Eu o via observar-me e sabia que o seu sorriso já sabia dos meus anseios. Mas ele ficava lá, no seu lugar, e eu também no meu, sem me levantar. E quando passou, foi mesmo como imaginei, não doeu, não me fez sofrer. Apenas sorrio até hoje quando lembro que foi amor, o mais puro e singelo, foi amor sem doer.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Corro da quietude


Como eu odeio toda essa quietude. Cadê os furacões? Dê-me tempestades! Deixe que eu corra atrás da roupa do varal, deixe que eu corra para recolher os artigos valiosos que poderão ser levados pela chuva, deixe que eu me movimente e corra para proteger algo, para proteger a mim mesma, ou então para ser levada pelo vento, pela água que corre, pelo céu que se fecha em um cinza sombrio. O que eu não suporto é ver todas as tempestades passarem sem que mexam, ao meno um pouquinho, com o meu equilíbrio. Afinal, eu me assumo humana, e se não aguentaria ser perfeitamente estável.