quinta-feira, 29 de julho de 2010

O que eu quero.

Será que não tem ninguém que poderia me estender a mão? E que doando-me as mãos, me desse também os braços, até que todo o corpo estivesse completamente rendido a mim. 
Pois tendo o corpo, pediria então, a mente, mas uma que fosse descontrolada e caísse no meu caminho juntando-se à minha loucura e à minha sede. Pois eu quero mesmo tudo. Quero as ideias, sem molde nem freio. Quero as vontades desmedidas e a coragem de um louco. Quero tudo, nada pouco.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dor

Onde o calor não toca,
lascívia de lábios frios
lhe consome;
dor
que o amor
esqueceu de esquentar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O ósculo

Eu li o ósculo,
E senti peso;

Sobrou aperto,
e a leveza,
na liberdade das partículas
sentimentais,

Desfez-se com o calor
do ósculo escrito,

Aquele que trouxe consigo
Tudo que já me tinha fugido;

Chorei e sonhei,
arredia,

Com o fogo,
aquele calor de tudo,
que já foi um dia;

E por ter sido, e por ser fogo (ainda)
Consumiu-me o ósculo em cinzas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Melancolia

Estado da alma, ou uma condição humana definida pelo estado mental, emocional e psicológico. Refere-se a uma tristeza contínua que quase define a personalidade do ser que a sofre. Manifesta-se no caráter criativo como uma forma de expandir seu significado usando a sensibilidade abalada.

É uma condição, uma emoção, uma arma.

Derrama-se como motivo, causa e consequência

Melancolia é afeto guardado armado de solidão

É angústia sem a dramaticidade teatral, apaziguada, porém prolongada
como estímulo autodestrutivo

portanto,
uma bomba artística do coração.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Não há.

Na verdade, lhe direi o que há entre nossos caminhos curvos. Não há amor. Isto é algo que não se encontra entre nossas curvas distintas. Há, e você pode tentar discordar, vontade; nada mais que isso, nada mais vulgar. Há vontade, e talvez uma certa necessidade, de tentar contornar essas curvas para o mesmo caminho. Há também o descobrir, o querer desvendar mistérios desses olhos, pele, boca, e um conjunto de conceitos incertos. Há calor, mas encontra-se arredio. Há, por isso, um desvario de nosso querer em nossas curvas opostas. Não há, portanto, qualquer amor, ou dor. Há o sentir demasiado, pois esse tenta estender a própria sensação a fim de tentar iludir qualquer emoção mais singela, há a paixão. Aquela que tenta entregar-se com tudo que se tem de mais louco e incomum.
Há por aqui, só nós dois no fim.

sábado, 26 de junho de 2010

Tu

Tu
Tu há de saber a dor
a dor que me desfaz
pois eu nunca fui tão súplica
nunca estive de joelhos
nunca me mostrei, diante de sentimento algum,
ser toda desespero.
Mas tu,
tu há de ser o único
a sentir-me amor
a saber-me assim
do avesso
completa
e contrária
à tudo que sinto, que sonho, que penso.

domingo, 13 de junho de 2010

algo.

Há um peso chamado saudades
carrego-o nos meus ombros
por estar vazia de qualquer resto de dignidade


perdoem-me pelos escritos escassos de ultimamente. espero voltar ao normal em breve.