sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Somos.

Somos a fantasia perdida
aprisionada nos domingos de tarde.
Somos a vontade sadia
tomada pelos pecados que ardem.
Somos...
Álcool e nicotina
noite serena e amiga
Somos...
Sexo com todos os gozos
meninos e meninas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O que há para nós é o encontro externo
Por dentro eu me perco e me desespero
E se não há aqui dentro um eu conciso
Não há para ti algo teu infinito
Pois como vem breve a finitude do nosso momento
Não peça, não insista, não teime
Guarde pra si a lembrança como teu alento.

domingo, 5 de setembro de 2010

carne da carne

Eu sou carne que da carne se alimenta
e que a morte tem como sina
Na pele própria, na pele fina,
Que como mata, assassina.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

sem mistérios.

Eu não tenho mais essência que se prenda ao meu interior, e que seja o meu mistério. Tudo agora me é desprendido e jogado a qualquer ombro falsamente amigo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

como um gato

Como um gato, com a certeza de um amanhã preguiçoso, talvez eu não consiguisse me preencher. Escalaria, pois, todos os muros do meu ser, para chegar até o outro lado de mim.

domingo, 15 de agosto de 2010

perdida, constelação

Estava tudo aqui perto, mas olhei para cima e a paisagem do céu escurecido com sua constelação em suspensão, sugou qualquer coisa que estivesse ao meu lado ou dentro da minha mente. Então, agora, eu finjo a existência de um sentido qualquer, somente para não sobrecarregar a minha mente com pensamentos revoltados contra a minha natureza que se perde com qualquer céu estrelado.

sábado, 14 de agosto de 2010

Fatalidade, vida.

Que me desculpem os suicidas
mas a vida é a própria fatalidade das minhas angústias
De pulsos rasgados a minha poesia não vive
não é plena,
não é livre,
agoniza, apenas.